Breve Historial

  As misericórdias portuguesas foram fundadas pela Rainha D. Leonor, esposa de D. João II, tendo sido a de Lisboa a primeira a ser criada, em 1498. Desconhece-se a data exacta da fundação da Misericórdia de Aljustrel, bem como o nome do seu fundador, no entanto os historiadores apontam como provável o seu aparecimento nos meados do séc. XVI. Até então a assistência aos doentes, aos pobres e aos peregrinos tinha sido assegurada em Aljustrel, desde o séc. XV, pela Albergaria da Vila, que no início do séc. XVI foi substituída pelo Hospital do Santo Espírito, ao qual foi anexada a Igreja com o mesmo nome. Ambas as instituições pertenciam à Confraria do Santo Espírito, controlada superiormente pela Ordem de Sant'Iago da Espada e funcionavam no mesmo lugar, que até há poucos anos era ocupado pelo edifício do ex-Hospital Civil, na actual rua da Misericórdia. Já na segunda metade do séc. XVI, a administração do Hospital do Espírito Santo transitou para a responsabilidade da Irmandade do SSmo Sacramento, instituição laica ligada à Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel, passando-se aquele a designar por Hospital da Misericórdia. Posteriormente, já no princípio do séc. XVII, é construída a Igreja da Misericórdia de estilo renascentista, onde era dada assistência religiosa aos doentes.

  O livro mais antigo do arquivo da Misericórdia que se conhece data de 1654, no qual aparece como provedor Manuel Simão Gato e como escrivão Afonso Guerreiro Boim e nele se pode verificar que a herdade chamada da "Misericórdia" foi doada a esta instituição de beneficiência, por volta de 1603. Para além desta, no séc. XVII, a Santa Casa possuía as seguintes propriedades, das quais recebia os seus rendimentos: herdade do Monte Branco, herdade da Fonte Coberta, herdade das Fontainhas (S. João), herdade do Chacafre, herdade da Rosilha, herdade de Jungeiros, entre outras. A Misericórdia de Aljustrel era então detentora de um valioso património, que é fortemente engrandecido, no início do séc. VXIII, com os bens deixados em testamento pelo benemérito aljustrelense António Guerreiro Coelho, que foi governador e capitão-general das Ilhas de Timor e fidalgo da Casa de Sua Majestade. Ao longo dos anos esta instituição foi perdendo sucessivamente os seus bens, devido a administrações pouco cuidadas e sobretudo com as chamadas leis de desamortização de 1881/1886.

  Durante o séc. XIX o hospital passou a designar-se por Hospital Civil de Aljustrel, continuando a ser gerido pela Misericórdia até à sua passagem para a Direcção-Geral de Saúde já depois do "25 de Abril", tomando a denominação de Hospital Concelhio de Aljustrel.

  Em Outubro de 1975, sob a iniciativa da CISSL (Comissão Integradora dos Serviços de Saúde Locais), coordenada pelo Delegado de Saúde, Dr. Cardoso Ferreira, é criado um Lar para a Terceira Idade, que ficou instalado numa casa, situada na Rua de Olivença, benevolamente cedida pela família Elvas. A sua comissão instaladora era constituída por Fernando José da Conceição Conduto, José Batista Zorro, Maria de Fátima Caldeta, Maria Luísa Gato, Maria Júlia Benedito e Rui Luís Gomes Conduto Rosa. Em 1977 o Lar é transferido para as actuais instalações, passando a sua gestão para a responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel, entretanto reestruturada, tendo como Provedor Fernando José da Conceição Conduto.

  Desde então, esta instituição tem assumido um papel relevante na área da acção social, da qual beneficiam idosos, quer em regime de internamento, quer em regime de centro de dia ou através de apoio domiciliário. Para além do apoio à 3ª idade, a Misericórdia de Aljustrel também administra um infantário, um jardim-de-infância, onde paralelamente também funciona um ATL (Aproveitamento dos Tempos Livres).